A onça ficou durante dois meses no Centro de Reabilitação e será solta nesta quinta-feira (21)
A onça-pintada resgatada na Serra do Amolar em novembro de 2020 durante as queimadas do Pantanal, será solta na próxima quinta-feira (21), em uma operação que envolve uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
O animal que passou por um período de tratamento na Central de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), se prepara para voltar ao seu habitat natural.
Antes de voltar para o pantanal, o felino passou por uma última bateria de exames e recebeu um colar de monitoramento via satélite.
Encaminhada para o CRAS para se curar dos ferimentos ocasionados pelos incêndios, a onça macho passou por algumas coletas de sangue neste quarta-feira (20), para a avaliação do animal.
Segundo o veterinário Lucas Cazati, o felino apresentou ganho de peso, está com 87 quilos, praticamente o dobro do peso desde que chegou aqui , pontuou.
Uma equipe de veterinários do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), está cuidando dos procedimentos médicos para a soltura.
O veterinário lembra que o animal de aproximadamente dois anos de idade chegou ao local anêmico e com queimaduras de terceiro grau.
Estava debilitada, anêmica, com queimaduras de segundo e terceiro graus nas quatro patas, e os exames revelaram ainda pneumonia difusa aguda por conta da aspiração da fumaça e a presença de um projétil alojado na região da costela, conta Lucas.
A volta à Serra do Amolar acontecerá em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O colar para monitoramento via satélite coletará informações de como o animal tem se deslocado, considerando o normal para a espécie.
Implantado pelo pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Gediendson Ribeiro de Araújo, especialista no assunto, e será monitorado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e do Instituto do Homem Pantaneiro (IHP).
A princípio eram duas onças macho resgatadas, no entanto, uma não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo assim que chegou no CRAS.
Uma perícia realizada no corpo do animal, identificou projeteis de armas de fogo alojados em seu corpo, o que significa que além de queimaduras os animais foram vítimas de caçadores.
Uma investigação foi aberta para identificar o projetil que foi encaminhado para análise no Instituto de Criminalística aonde o calibre e o tipo da arma poderão ser descobertos, ajudando a polícia a instaurar um inquérito e realizar as diligências na região e identificação dos culpados.